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terça-feira, 30 de outubro de 2012

Feminismo



As Primeiras Ideias

Acredite se quiser, mas até o século 18 a mulher não tinha acesso à escola! Mas graças ao projeto iluminista (de melhorar o ser humano através da cultura) essa realidade estava prestes a mudar.  Por volta dos anos 1723, eram frequentes as discussões sobre as mulheres serem admitidas nos estudos “das ciências e das artes nobres". Mas, lentamente, essas portas de oportunidades foram abertas para elas.
Considera-se como o berço do feminismo moderno, a Revolução Francesa. Olímpia de Gouges lançou a "Declaração dos direitos da mulher e da cidadã", em 1791, que proclamava que a mulher possui direitos, assim como o homem. A obra incluía um tipo de "Contrato social" entre homens e mulheres. Porém, dois anos depois Olímpia morreu na guilhotina e, no mesmo ano, o parlamento rejeitou a proposta de igualdade política entre os sexos.
No comecinho do século 19, despontou na Inglaterra um movimento de emancipação: o feminismo. O movimento reivindicava igualdade jurídica, como direito ao voto, e acesso à educação e às profissões liberais. A sociedade, que se achava liberal, se vangloriava por isso, porém, sujeitava a mulher, privando-a dos direitos de cidadania.
E foi só no século 20, dois séculos depois do projeto iluminista, que a mulher francesa ganhou o direito de votar.

O grande filósofo John Stuart Mill em 1869, em sua obra "Sujeição das Mulheres", disse que considerar a mulher um ser incapaz é “marcá-la desde o nascimento com a autoridade da lei, decretando que jamais ela poderá aspirar alcançar determinadas posições.” John concordava com [François Marie Charles] Fourier que se avalia o grau de civilização de um povo analisando a situação da mulher. Ele defendia ainda o fim da desigualdade de direitos na família; a admissão de mulheres em todas as funções; participação nas eleições; e melhor instrução.


O Movimento feminista




“A história do movimento feminista possui três grandes momentos. O primeiro foi motivado pelas reivindicações por direitos democráticos como o direito ao voto, divórcio, educação e trabalho no fim do século 19. O segundo, no fim da década de 1960, foi marcado pela liberação sexual (impulsionada pelo aumento dos contraceptivos).  Já o terceiro começou a ser construído no fim dos anos 70, com a luta de caráter sindical.
No Brasil, o movimento tomou forma entre o fim do século 18 e início do 19, quando as mulheres brasileiras começaram a se organizar e conquistar espaço na área da educação e do trabalho.” Fonte: Brasil.gov.br
Hoje, o Femen (movimento que nasceu na Ucrânia em 2008), é o maior e mais reconhecido movimento feminista do Brasil, com seus protestos escandalosos, onde mulheres saem às ruas com os seios a mostra. A polêmica em torno desse tipo de protesto é grande, e não cabe aqui.





O novo feminismo

Ao publicar, em 1949 "O segundo sexo", Simone de Beauvoir, revelou as profundas raízes da opressão feminina, analisando o desenvolvimento psicológico das mulheres e as condições sociais que as tornaram “alienadas e submissas ao homem.”
Betty Fridman lançou nos EUA "A mística feminina", em 1963, onde seguiu as ideias de Beauvoir, denunciando a opressão que, na sociedade industrial, a mulher sofria:o "mal que não tem nome" (a angústia do eterno feminino, da mulher sedutora e submissa.)
Depois de expostas as ideias dessas mulheres, o movimento feminista se expandiu pelo mundo. Sutiãs foram queimados nas ruas; a libertação sexual tornou-se um fato político; os protestos multiplicaram e “jargões” foram criados: "Nosso corpo nos pertence!" "Direito ao prazer!" "O privado também é político!" "Diferentes, mas não desiguais!"
A partir daí o modelo tradicional do “ser mulher” entrou em crise e um novo perfil feminino começou a se esboçar.
 Sentindo-se pressionada, a ONU declarou 1975 como Ano Internacional da Mulher, e a década que se seguiu, até 1985, como Década da Mulher em todo o mundo.

A luta e o luto

Durante o século XX, especialmente no início foram inúmeras as mobilizações feministas pelo mundo. Muitas delas incentivadas pela injustiça trabalhista que as mulheres sofriam: horário de trabalho superior ao dos homens, e salários menores.
Em 1910, na 2ª Conferência Internacional de Mulheres Socialistas, realizada em Copenhague, Dinamarca, foi proposto o “Dia Internacional da Mulher”. Um ano depois, aconteceu o incêndio na fábrica da “Triangle Shirtwaist” em 25/03/1911, onde aproximadamente 125 mulheres morreram. Luto Mundial. O que fez com que a proposta do “Dia Internacional da Mulher” fosse aceita.


Preconceito ainda hoje

Ninguém sofre uma opressão tão prolongada ao longo da história como a mulher. Principalmente as que vivem em países da África (com a supressão do clitóris), em países islâmicos (onde são proibidas de exibir o rosto), em regiões da Ásia (subjugadas como escravas e prostitutas, deploradas como filhas únicas por famílias chinesas). Além disso, são as mulheres que carregam o maior peso da pobreza que atinge, hoje, aproximadamente 4 dos 7 bilhões de habitantes da Terra. 
Na América Latina, entre a população pobre, 30% dos chefes de família são mulheres.
Com a dignidade posta à prova, mulheres são ridicularizadas em programas humorísticos, exploradas em propagandas incabíveis, condenadas a um padrão de beleza inalcançável ditada pelo mundo da moda.


Entrevistas


Para saber o que as pessoas sabem sobre esse assunto, e como elas enxergam o feminismo, fizemos uma pesquisa de rua. Confira as perguntas e respostas de alguns dos entrevistados:



- Alexandre Peixoto
1 - Você acha que hoje em dia ainda há muita desigualdade entre homens e mulheres?
R: “Creio que não, pois as mulheres  conquistaram muitas coisas, como valor no mercado e direitos na sociedade.”
2 - O protesto que o grupo Femen faz pelo mundo, mostrando os seios, dá o resultado esperado ou é visto como um ato pornográfico?
R: “Acho que é um pouco abusivo, não é necessário mostrar o corpo para conseguir direitos.”
3 - A seu ver qual seria o meio mais eficaz de lutar pelos direitos da mulher?
R: “Acho que é no dia – a – dia que elas conseguem isso e mostrando suas capacidades de realizar qualquer feito.”


- Rafael Angelotti
1 - Você acha que hoje em dia ainda há muita desigualdade entre homens e mulheres?
R: “Desigualdade ainda existe, com certeza, mas acho que mudou muito. A mulher conseguiu mostrar seu valor perante a sociedade. No entanto existe muita gente ignorante e muitas crenças que tratam a mulher como simples objeto, o que é totalmente errado e arcaico  Nos dias de hoje a mulher está conquistando um espaço enorme, mostrando que a ideia de sexo frágil é puro mito, vide que nosso país é governado por uma mulher, além de termos mulheres em diversos setores da economia.”
2 - O protesto que o grupo Femen faz pelo mundo, mostrando os seios, dá o resultado esperado ou é visto como um ato pornográfico?
R: “Na minha opinião o intuito do grupo em mostrar os seios é o de chamar ainda mais a atenção das pessoas e em especial da mídia. Não vejo como um ato pornográfico, vejo como um recurso que o grupo utiliza para atrair “clicks”. Se formos levar em conta que os protestos do grupo são feitos para chamar a atenção da sociedade para as causas que elas estão defendendo é possível afirmar que dá resultado sim, porém param por ai, pois, apenas chamam a atenção e não geram nenhuma mudança ou grande revolução.”
3 - A seu ver qual seria o meio mais eficaz de lutar pelos direitos da mulher?
R: “A mulher hoje em dia, mostrou realmente o seu verdadeiro valor. Acho que a melhor forma de lutar pelos seus direitos é o de continuar nesta busca incessante em estar sempre melhor. O homem deixou de ser o chefe da família e a mulher mostrou ser tão capaz quanto. Hoje novas leis e novos pensamentos propiciam o crescimento da mulher lado a lado com o crescimento dos homens. A lei Maria da Penha trouxe um grande avanço pela luta dos direitos da mulher. Sendo assim, acho que o meio mais eficaz em lutar pelos diretos é mostrando que podem perfeitamente fazer algo tão bom quanto os homens possam fazer.”


- Ludymila Campos
1 - Você acha que hoje em dia ainda há muita desigualdade entre homens e mulheres?
R: “Claro! A desigualdade entre homens e mulheres, tanto em relação aos cargos ocupados nas empresas, como em relação aos salários, ainda é uma realidade a ser combatida. Ainda há muita discriminação sexual na nossa e em outras sociedades. Mas aos poucos estamos conquistando nosso devido espaço. Já conquistamos alguns como na política, esportes e na vida profissional. No entanto, ainda precisam de acontecer mais mudanças até se alcançar a igualdade devida.”

2 - O protesto que o grupo Femen faz pelo mundo, mostrando os seios, dá o resultado esperado ou é visto como um ato pornográfico?
R: “Eu vejo como um ato pornográfico! Não acho que o fim justifica os meios. Ficar seminua vai tirar a questão principal da pauta. Fica aquela coisa de que mulher só tem voz se estiver nua e se for uma boa imagem nua. Sou a favor do protesto "Slut walk", acho que deveríamos fazer aqui no Brasil.”

3 - A seu ver qual seria o meio mais eficaz de lutar pelos direitos da mulher?
R: “O fim das violências contra a mulher tanto na agressão física, quanto na dominação psicológica, econômica e social, ambas instituidoras do medo como forma e conteúdo sobre o ser mulher. Acabando com isso, nós mulheres conseguiremos os nossos direitos que no meu ver são, direito à remuneração digna com uma jornada de trabalho compatível com todos os outros processos à do cuidar feminino: filhos, casa, sobrevivência, entre outras. Garantia do direito constitucional ao trabalho “digno” com as formalidades que lhes são peculiares. No meu ver, esses são os direitos mais necessário.”

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Determinismo Biológico e o Determinismo Geográfico


A grande diversidade cultural da espécie humana sempre fez parte da discussão entre os antropólogos.
Nesse mesmo âmbito, um dos pontos em questão é se as diferenças biológicas e/ou as diferenças geográficas afetam de forma determinante a cultura de cada povo ou indivíduo.


Quanto ao determinismo biológico, podemos definir como a influência cultural de um lugar sobre uma pessoa sem nenhuma ligação genética. Diversas são as teorias que atribuíam capacidades específicas inatas a alguns grupos ou etnias. Entretanto, os antropólogos atuais, estão convencidos de que as diferenças genéticas não são determinantes para as diferenças culturais.

Ainda nesse sentido, Felix Kessing defende que “qualquer criança humana normal pode ser educada em qualquer cultura, se for colocada desde o início em situação conveniente de aprendizado”.
Além disso, foi comprovado cientificamente que o nível das aptidões mentais é quase o mesmo em todos os grupos étnicos. Até mesmo a divisão sexual do trabalho é determinado culturalmente e não em função de uma racionalidade biológica.

A cerca do determinismo geográfico, no final do século XIX foram desenvolvidas teorias que defendiam que o ambiente físico condiciona a diversidade cultural. No entanto, a partir do século XX, alguns antropólogos comprovaram ser possível e até comum existir uma grande diversidade cultural localizada em um mesmo tipo de ambiente físico.
Podemos encontrar essas diferenças culturais dentro do nosso país, no Parque Nacional do Xingú, onde o habitat é o mesmo, e encontramos diferentes tribos como os Kamayurá e os Kayabi, por exemplo que possuem costumes muito diferentes, enquanto o primeiro se limita a caça de aves e peixes, o outro caça grandes mamíferos.
Atualmente a antropologia considera que a “cultura age seletivamente”, e não casualmente, sobre seu meio ambiente, “explorando determinadas possibilidades e limites ao desenvolvimento, para o qual as forças decisivas estão na própria cultura e na história da cultura”.
Com isso, podemos concluir que: a grande qualidade da espécie humana foi romper suas próprias limitações.