terça-feira, 30 de outubro de 2012

HOMOSSEXUAIS X EVANGÉLICOS

A Antropologia de dois mundos completamente diferentes. 

IGREJA X MUNDO GLBT

Antropólogos atuais defendem que nossa sociedade tem passado por um processo de fragmentação, isto é: Que hoje temos indivíduos cuja personalidade reúne características ou ideias que antes pertenciam a grupos específicos.


Este hibridismo começa a alterar a forma como algumas questões são encaradas, dentre elas, temos a questão do homossexualismo. Além de ser bem antiga à sociedade, ela é tratada com, no mínimo, certa cautela. É um fato recente nossa sociedade ter uma aceitação ou ao menos uma tolerância maior por este grupo que sempre existira, mas teve de ficar às sombras.

No âmbito religioso, isso se torna ainda mais visível. Muitas religiões – focaremos na evangélico-cristã, por ser a mais comum de nosso país – encaram o homossexualismo como algo pecaminoso e completamente fora dos padrões da natureza. O versículo 22 do capítulo 18 do livro de Levítico – “22 - Com varão te não deitarás, como se fosse mulher: abominação é;” – certamente ilustra isso muito bem. Por isso, decidimos investigar como essa questão, junto com a fragmentação evoluiu entre os grupos: religioso e homo/transexual.

Nossa hipótese inicial era de que o grupo dos religiosos, apesar de não aceitar e não permitir, faz ‘vista grossa’ para o crescente número de homo/transexuais e de que o grupo dos homo/transexuais tenta adaptar as crenças religiosas a sua realidade e conquistar um espaço que se não lhes é negado, julgam que é de difícil obtenção.





Para isso entrevistamos pessoas dos dois grupos com cinco perguntas:
1 – Você é seguidor de alguma religião? Se sim, qual? Se não, gostaria de seguir?
2 – As crenças e dogmas de sua religião permitem e/ou aceitam conceitos diferentes do heterossexualismo?
3 – Como você enxerga a fé?
4 – Acha que a sexualidade – independente de qual seja – altera os valores morais de uma pessoa?
5 – Como você vê a questão do oposto dentro de uma religião? E da sociedade?

Com o grupo dos homo/transexuais, tentamos com quatro pessoas das quais apenas uma aceitou responder e conseguimos entrevistar duas pessoas do grupo dos religiosos.

Daniela – pseudônimo de um transexual cujo nome de registro se limitou a responder com as iniciais JAB – diz que não segue uma religião e não gostaria de seguir por não sentir-se a vontade nestes lugares. Acha que as pessoas religiosas preferem se distancias frente ao seu grupo ao invés de criar um convívio amistoso. Vê a fé como uma necessidade humana independente do caráter; diz que o caráter pode mudar sim os valores morais e a questão do oposto dentro de uma religião ou sociedade pode ser incrivelmente relativa.

Já do grupo religioso, nossos dois entrevistados Moisés Bernades e Fabiano Cardoso, membros da religião cristã tiveram as seguintes opiniões:
Ambos aceitam e toleram a pessoa que tenha uma sexualidade diferente da heterossexual, porém, não são coniventes com a prática e citando Moisés “… não encontro na natureza divina um terceiro sexo.”

Ambos vêem a fé como algo além da apenas crença. Como um caminho espiritual a ser seguido. Fabiano deixa isso bem claro com o seguinte dizer: “Enxergo a fé como uma saída para o mundo que vivemos, para o encontro com Cristo.”

Os dois divergem no ponto sobre o caráter a partir da sexualidade. Moisés advoga que isso poderia mudar sim e dá como exemplo, uma criança que teria dificuldades em distinguir um pai de uma mãe quando criada por um casal do mesmo sexo. Fabiano já diz que não altera e que: “…a pessoa não se torna um monstro por ter uma opção sexual diferenciada…”

Na última questão, Moisés diz que em sua igreja as pessoas são aceitas da forma como são e ele como cidadão faz o mesmo, mas questiona o porquê dessas pessoas terem chegado a isso.

Fabiano não apóia práticas de casamento homossexual e crê nos princípios religiosos de que Deus criou o Homem e a Mulher para que estabeleçam uma relação e constituam uma família.

Como podemos ver, nossa hipótese inicial – apesar de uma baixa estatística – parece se confirmar. Os religiosos que aceitam os homo/transexuais, tem certa restrição ao conceito do coito entre pessoas do mesmo sexo. Por sua vez o grupo dos homo/transexuais se sente ainda sem espaço e tentam se adaptar ao estilo da sociedade.


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Grupo:   Moisés Athayde, Danilo Marfim Pedrini, Bruno da Silva Ferreira e Marcelo Figueiredo da Rocha.

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