terça-feira, 30 de outubro de 2012

Tatuagem e suas influências

Tatuagens

Fatores históricos


As tatuagens, mesmo que atingindo somente até a segunda camada da pele (região da derme), tem raízes profundas na história mundial.
Remontando a 2000 a.C, foram diversas as motivações culturais para seu surgimento e desenvolvimento.  A prática se difundiu por todos os continentes, com diferentes finalidades: rituais religiosos, identificação de grupos sociais, marcação de prisioneiros e escravos (como a tatuagem era usada pelo Império Romano), ornamentação e até mesmo camuflagem. No Egito, múmias femininas apresentavam traços na região abdominal, que poderiam caracterizar parte de um ritual de fertilidade; nas tribos Maori (Nova Zelândia) ela só era permitida aos homens livres; após a morte dos líderes das tribos, suas cabeças eram utilizadas como relíquia.  Tribos indígenas brasileiras, como os waujás e kadiwéus também tiveram a tatuagem como característica diferenciadora.
Foram os marinheiros ingleses, por meio do contato com os polinésios que difundiram essa prática mundo afora. A reprodução de feras do mar, caveiras e embarcações demonstravam as aventuras desses homens que se lançavam pelo mar. Sendo os mesmos sujeitos de pouca condição financeira ou influência social, fizeram da tatuagem algo popular entre os guetos, prostíbulos e tavernas freqüentadas pela “escória”, ou seja, desocupados, lutadores de rua, criminosos e prostitutas. 
Esse tom marginal dado à tatuagem também fazia com que corpos tatuados fossem presença garantida nas atrações circenses dos chamados freak shows. Foi somente na segunda metade do século XX que a tatuagem incorporou os ideais da cultura ocidental. O seu tom contestatório ultrapassou barreiras tornando-se um símbolo de ousadia e personalidade. 
O caráter pagão e negativo das tatuagens também fez parte da sua caminhada. Proibida pela Igreja sob alegação de ser demoníaca, o papa Adriano I aboliu seu uso no ano 787. Os rabinos contemporâneos explicam que essa proibição também na religião judaica faz parte das restrições de modificações corporais que não devem ser feitas por motivos médicos, com exceção do ritual da circuncisão.


Motivações íntimas, delicadas e suaves também incorporam esse mundo até os dias atuais; se é difícil determinar suas origens, mais subjetivo ainda é classificar os tatuados, pois seu caráter nunca foi exclusivista; ela é razão de preconceitos e diferenciação, rebeldia e religiosidade. Cabe a nós concebermos, individualmente, suas idéias e ideais. Ela acompanha a sociedade; e através dela, também é possível entender a evolução do pensamento humano.



Tatuagem como estado de espírito


Para muitas pessoas a tatuagem é exclusividade marginal, mesmo em pleno século XXI. No entanto, nunca é tarde demais para fazer algo surpreendente, principalmente depois que alguém passa dos cinquenta anos de idade. Geralmente, são as pessoas mais velhas que tem uma visão mais preconceituosa a respeito das peles riscadas. Mas parece que existem cinquentões que não só acham as tattoos interessantes, como também aderiram ao uso delas.
Não são poucas as pessoas que, mesmo depois de ultrapassarem certa idade, querem fazer a sua primeira tatuagem. Entretanto, os estereótipos sociais criados não as permitem. Isto é, para alguns o importante mesmo é o que os outros vão pensar e não o que ela quer fazer para ser feliz.
Todavia, a dona Luz del Carmen Pimentel, que sempre acreditou que tatuagem fosse coisa de marginal, é uma das poucas pessoas que rompeu com esse paradigma . Junto com ela há também a dona Laura D’Aurízio de 68 anos que acredita no incomum como sintoma de progresso. Laura crê que uma pessoa que tem capacidade de gerenciar uma empresa, mesmo que esteja com uma idade avançada, não precisa ficar falando só de doenças.Ela, dona de restaurante, estava prestes a entrar em uma depressão em função de aborrecimentos quando em certo dia uma pessoa foi ao seu estabelecimento com uma tatuagem de uma fada na pele. Depois que a dona do restaurante viu a figura na pele da mulher, decidiu tatuar o nome de sua filha no antebraço direito.A partir daí, a tatuagem para ela se tornou uma forma de prosperar psicologicamente.
Juan Deleón, uruguaio de 61 anos, fez o seu primeiro adorno permanente na pele com 56 anos, e o único motivo de ter feito isso foi somente para homenagear sua esposa, que o acompanhou em suas viagens durante muito tempo. Como a tatuagem e os cabelos grisalhos chamam muita atenção, ele diz não se importar com os olhares de outrem. Para ele os anos de vida definem o caráter da pessoa, e não uma tatuagem.

Juan Deleón, uruguaio de 61 anos, fez o seu primeiro adorno permanente na pele com 56 anos, e o único motivo de ter feito isso foi somente para homenagear sua esposa, que o acompanhou em suas viagens durante muito tempo. Como a tatuagem e os cabelos grisalhos chamam muita atenção, ele diz não se importar com os olhares de outrem. Para ele os anos de vida definem o caráter da pessoa, e não uma tatuagem.
Uma senhora que passou boa parte de sua vida usando vestidos que iam até o tornozelo e quase não usou maquiagens: Esse era o estilo de Judith Caggiano, 80 anos, que nasceu em Lins, interior de São Paulo, e mora atualmente em Santo André. Após o falecimento do marido, de um casamento de 51 anos, ela ficou desnorteada. Quando ela tinha decidido fazer uma viagem para ver seus parentes, viu seu primo fazendo tatuagem em algumas pessoas. Então, tinha feito sua primeira tribal aos 72 anos. Hoje, ela tem diversas tatuagens pelo corpo todo, a maioria delas representam seus filhos, netos e bisnetos.


Judith Caggianon exibindo seu estilo.



É interessante ressaltar que parece até que são os idosos que têm preconceitos contra a tatuagem. Mas, se for analisado o comportamento de pessoas jovens quando elas veem um idoso tatuado, poderá ser percebido através de suas perplexidades o quanto há um estereótipo contra pessoas acima dos cinquenta anos de idade. Isto acaba gerando paradigma de ambas as partes.


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